Praça, acho graça. Prédio, acho tédio! Sérgio da Silva Almeida

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Outro dia, fui convidado a jogar uma pelada na quadra de futebol sete do Bairro Cruzeiro, em Farroupilha, e me diverti como nos tempos de guri ao ter que fazer acrobacias para escapar dos rasantes de um afoito casal de quero-queros que protegiam seu ninho. Na foto, um membro da Associação do bairro, após o término do jogo, devolve os ovos da ave símbolo gaúcha ao mesmo lugar onde eles foram retirados através de uma caixa de madeira com o propósito de protegê-los de alguma bolada.

Cresci como um guri “fominha” jogando bola na Praça da Caixa D’água, em Cachoeira do Sul. Nos fins de tarde, após sair da escola, eu passava em casa e colocava meu uniforme: camiseta do Grêmio, calção, meias e tênis, e descia a rua correndo, parecendo que fugia de alguém, para me reunir com a gurizada na quadra de futsal com piso de base em concreto. Pois é, eu tive uma infância simples, mas bastante feliz!

As praças são importantes para as questões urbanas. Elas oferecem oportunidades para quem deseja fazer atividades físicas, marcar encontros, tomar chimarrão e jogar conversa fora com os amigos ou simplesmente relaxar e desejar “Bom dia” para quem passa. Além disso, na praça é possível sentar para bater um papo com a sua alma ou apenas para sentir no rosto o carinho do vento. Enfim… praças públicas são espaços de recreação e lazer importantes para toda a família. E cada vez que vejo uma delas vazia, me vem à mente a frase: “Não fique feito o banco da praça que está sempre esperando por alguém. Mexa-se”.

A qualidade de vida de uma cidade pode ser medida pela qualidade de suas praças e parques. Assim sendo, corroboro com a frase vista no muro da Universidade de São Paulo (USP): “Você praça, acho graça; você prédio, acho tédio”. Ah, quase esqueci: não se esqueça de respeitar o espaço dos quero-queros.