Porta da Esperança- Sérgio da Silva Almeida/Crônica

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Assim que eu soube sobre a passagem de Silvio Santos, que segundo seu médico foi “serena e digna”, pus-me a imaginar o “Homem do Baú” chegando ao céu e sendo recebido pelos famosos ao som da música “Ritmo de festa” e dos anúncios entusiasmados de “Vem pra cá, vem pra cá” e “Silvio Santos vem aí, olê-olê-olá!”. E mais: o carismático apresentador, com seu sorriso largo, voz marcante e risada inconfundível, dizendo seu famoso bordão: “Quem quer dinheiro?”. Ah, e chamando seu parceiro oculto que apresentava os programas do SBT: “É com você, Lombardi”.

Durante a segunda metade da década de 1980 eu tentei participar de um dos quadros do Programa Silvio Santos, chamado Porta da Esperança. Vou contar! Eu estudava na UFSM, em Santa Maria, quando ouvi a canção “20 e poucos anos”. E a música de Fábio Júnior se tornou uma espécie de lema de vida a tal ponto de eu colocar na cabeça que um dia me encontraria com o cantor e contaria isso a ele. Mas como? Foi aí que, num certo domingo, depois de assistir ao quadro Porta da Esperança, onde participantes selecionados por cartas tinham a chance de ver seus desejos realizados ao vivo, não pensei duas vezes, e nas muitas semanas que se seguiram enviei centenas de cartas ao SBT com o pedido: “Quero conhecer Fábio Júnior!”, na esperança de ouvir o clássico bordão: “Vamos abrir as portas da esperança!”, e ver meu sonho realizado.

Porém, imitando a voz de Silvio Santos: “Ai, ai, ai, hi, hi… minha carta nunca foi selecionada”. Acha que desisti? Capaz! O não participar do quadro Porta da Esperança não me fez perder as esperanças, e 32 anos depois o meu encontro com o Fábio se realizou. Mas essa é outra história…