O SILÊNCIO QUE FALA. (Setembro Amarelo) – Joice Figueiredo

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Aquele silêncio sem explicação que nos toma conta e que muitas vezes não é percebido, pois nem a gente sabe o motivo. A gente não precisa de ninguém para julgar, direcionar olhares diferentes, fazermo-nos excluídos e até nos desmerecer por estarmos passando por um momento difícil.

Quem sofre desse mal começa com uma exaustão mental, fica sem dormir, noites em claro viajando em seus pensamentos do passado ou pensando em algo que ainda não aconteceu.

O silêncio pode ter muitos porquês. Porque tem ansiedade, depressão, síndrome do pânico e que nos avisa de uma maneira tão visceral. Quando essa dor nos invade por inteiro, nos fazendo ficar com um medo desmedido de tudo. Tem muita gente que escolhe sofrer calado, por medo de serem incompreendidos por aqueles que muito julgam e que só irão entender quando viverem da mesma dor.

E não, isso não é nem uma frescura. Viver com esse silêncio gritante, incomoda. Arranca nosso fôlego, nossa vontade de viver, de respirar, de sentir, de falar, consequência dos duros golpes da sociedade, onde a gente ouve tudo calado e, se reagirmos, é porque somos sensíveis demais.

Viver com isso não é um desafio fácil. Milhões de pensamentos tirando nosso sossego o tempo inteiro. Pensando em situações que já aconteceram e nos culpando, pensando que se talvez tivéssemos feito de uma maneira diferente. A sensação é que estamos presos em uma bolha, que nos sufoca e faz parecer que nunca mais sairemos dela.

Cada um de nós carrega lutas interiores, nunca reveladas. Em que vivemos atoladas em uma escuridão, sem saber o porquê. Quando a angústia vem, tudo que vivemos parece perdido, sem sentido e que nosso ser não tem nem um significado.

Aquela vontade de chorar sem motivos, a falta de ar, o coração na garganta, o desânimo de fazer coisas do cotidiano, a vontade de ficar em um lugar que ninguém te enxergue, não é nem um fingimento ou para chamar atenção, às vezes é só um pedido de socorro.

Os problemas psicológicos não escolhem raça, gênero, porte físico e nem classe social. Então, se você tem um amigo (a) ou até um familiar próximo que não está bem, não julgue ou diga que está se fazendo de vítima, ofereça ajuda.