Quantos anos tínhamos? Sérgio da Silva Almeida. Crônica
Momento legal é quando a gente reencontra um ex-colega de colégio e rola aquele “interrogatório” de como está a vida um do outro, o que estamos fazendo… E descobrimos que a amizade continua a mesma.
Anos atrás, vi-me frente a frente com um ex-colega, empreendedor do agronegócio, num clube social em Cachoeira do Sul, e ele me revelou: “Sérgio, no futebol eu era ‘perna de pau’, e quando escolhiam os times, eu só jogava caso sobrasse vaga. Um dia, para minha surpresa, você é quem estava separando os alunos, e eu fui o primeiro a ser escolhido. Não imagina como aquele ato foi importante para minha autoestima”. E o reencontro foi como aquela sensação de encontrar uma cédula de cem reais no bolso de um casaco que está no guarda-roupa.
Permita-me abrir um parêntese: um reencontro que conto os dias para que aconteça é com ex-colega que mora em Porto Alegre. Aguardo ansiosamente o momento que pedirei perdão a ele pelas vezes que o ameacei com a frase “Te pego na saída”, o que fazia com que a turma comparecesse em peso para assistir a briga. Coisas de guri!
Venturosamente, um reencontro tri legal aconteceu semanas atrás com Maurício Fontoura, o Zico, renomado médico anestesista em Caxias do Sul. Há mais de uma década, eu achei sua carteira estudantil e a guardei comigo em meu porta documentos de bolso na esperança de devolvê-la a ele, o que aconteceu naquela noite, quando o vi chegar à um restaurante com esposa e filho. Na hora, levantei, peguei a carteira estudantil, me aproximei silenciosamente, pé ante pé, e mostrando a ele, falei: “Amigo, você deixou cair…”. Ele, pego de supetão, ao vê-la em minha mão, deu uma risada escancarada, e perguntou: “De onde você tirou essa, Sérgio?”. E foi como se tivéssemos descoberto a máquina do tempo em um abraço.
E após registrar o momento (foto), rolou aquela resenha que sempre vem acompanhada da pergunta: “Quantos anos tínhamos, 13… 14… 15 talvez?