Bastidores do Mundial – Sérgio da Silva Almeida

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Cheguei ao Rio com a delegação do São Borja na sexta-feira passada para a disputa da 10ª Copa do Mundo de Amadores. No sábado, estreamos contra o APR, da Patagônia (Argentina), e vencemos por 3 a 1. No domingo, enfrentamos o Chacosmus, de Buenos Aires (Argentina), e fomos derrotados por 3 a 1.

Na segunda-feira, fomos para o tudo ou nada contra o Universitario (Uruguai), que tinha a vantagem do empate. Durante a preleção do treinador Maurinho e do auxiliar técnico Júlio César, ex-atleta do Grêmio e do Caxias, pedi a palavra e mexi com os brios:

“Muitos atletas do nosso time perderam tudo na enchente. Somos um povo guerreiro, e hoje é dia de mostrar a garra gaúcha”. E concluí apontando para a imagem da bandeira do Rio Grande do Sul, coberta de lama, encontrada após a enchente e emoldurada como símbolo de resistência: “Não é por acaso que temos essa bandeira em nossa camisa”. Vi a emoção refletida em cada olhar.

Começamos nervosos e, para piorar, os uruguaios nos chacoteavam, matando tempo o tempo inteiro. Foi então que, aos sete minutos da etapa final, abrimos o placar, e a torcida do São Borja finalmente soltou o grito de gol que estava preso na garganta. O time de Punta del Este se lançou ao ataque e, em contra-ataques, marcamos mais dois gols. Quando o juiz apitou o fim da partida, que terminou 3 a 0, festejamos como guris a classificação à semifinal, na qual perdemos para o Panamá por 3 a 0 e encerramos a competição como o quarto melhor time amador do mundo.

Disputar um Mundial é incrível, e é impossível não sentir o coração acelerar ao cantar o hino nacional com as equipes perfiladas antes das partidas (foto).