DISCÓRDIA- A Nova Forma de Dominação Mundial – Por Mauro Falcão

“A maneira mais fácil de destruir alguém é fazê-lo lutar contra quem ama…”
E se a mais perigosa estratégia de dominação não fosse a guerra armada, mas a guerra emocional? E se o verdadeiro objetivo não fosse apenas conquistar territórios, mas conquistar o território da mente e do pensamento?
Não é preciso gastar bilhões em armas se é possível semear discórdia. É mais barato manipular mentes do que enfrentar exércitos. Quando a sociedade se divide em campos opostos, ela se torna frágil e vulnerável. E, no silêncio dessa fragilidade, aqueles que provocaram a discórdia colhem seu verdadeiro prêmio: o ganho de capital. Enquanto todos brigam, eles acumulam poder econômico, influência e controle sobre mercados e decisões políticas.
O efeito é devastador. Países se fragmentam, famílias rompem laços, casais se separam, irmãos deixam de se falar — tudo em nome de ideologias que, na maioria das vezes, não foram sequer criadas por eles, mas cuidadosamente plantadas por quem lucra com a divisão.
A mídia e as redes sociais, conscientes ou não, tornam-se multiplicadores dessa estratégia. Bastam manchetes tendenciosas, cortes de vídeos descontextualizados ou frases provocativas para inflamar ânimos e transformar divergências normais em ódio irracional. Enquanto isso, o verdadeiro inimigo — aquele que manipula e se beneficia da confusão — permanece invisível, protegido pela cortina de fumaça que ele mesmo criou.
Jesus, ao advertir que “toda casa dividida contra si mesma não subsistirá”, revelou um princípio eterno: não há força capaz de resistir quando a divisão corrói o interior. E essa verdade serve tanto para famílias quanto para nações.
Se continuarmos a lutar uns contra os outros, estaremos servindo exatamente ao propósito dessa estratégia. O vizinho que pensa diferente, o parente com outra visão política, o amigo com outra crença — nenhum deles é o verdadeiro inimigo. O verdadeiro inimigo é quem quer que essa briga nunca acabe.
O primeiro passo para derrotar essa guerra invisível é recusar-se a jogar o jogo. É recuperar a capacidade de conversar, discordar e, ainda assim, permanecer unido no que realmente importa: proteger nossa liberdade, nossa paz e nossa dignidade.
Porque a força de um povo não está em todos pensarem igual, mas em permanecerem juntos, mesmo quando pensam diferente.
*Mauro Falcão, pesquisador e escritor brasileiro*