A vida (re)começa quando a gente quer- Sérgio da Silva Almeida  

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Sábado acontecerá a solenidade de formatura da Uninter, polo Cachoeira do Sul. E nós, formandos que já passamos dos 40, ainda que chegue o dia em que ler de perto comece a ficar mais difícil, não pretendemos se aposentar, vestir o pijama e ficar andando pela casa, arrastando o chinelo e resmungando. Por isso, no momento em que nosso nome for chamado e a música se misturar aos aplausos e gritos entusiasmados dos familiares e amigos, estaremos provando a nós mesmos que não existe idade para cursar faculdade, desde que se tenha vontade de aprender.

Até pouco tempo, o mundo universitário era, em quase sua totalidade, composto por jovens recém-saídos do ensino médio, cheios de gás. De uns tempos pra cá, houve um aumento significativo de pessoas com mais de 40 anos no ensino superior. Só para se ter uma ideia, com idade acima dos 60 anos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), há cerca de 27 mil universitários no Brasil.

A formanda Janaina Minuzzi, 48, não vê a hora de receber seu diploma de Pedagogia. “Com sempre quis voltar a estudar, mas vivia protelando, achei que estava na hora de correr atrás do sonho de infância: ser professora”, relatou. E Débora Machado Gomes, 43, que também optou por Pedagogia, me contou que encarou a nova fase da vida numa boa: “O maior desafio que tive de enfrentar foi o de conciliar trabalho e estudo, de forma prudente, nas 24 horas diárias”.

Em 1932, Walter Pitkin, em seu best-seller “A vida começa aos 40”, chamou a atenção para a possibilidade de “o último terço da vida poder ser o melhor de todos”. Agora que, segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro aumentou, talvez seja mais adequado dizer que a vida começa aos 50, 60, 70… ou mais adiante. Consequentemente, aceitar o desafio de estudar na maturidade pode ser uma baita ideia para quem quer se reinventar, se redescobrir e rejuvenescer. Plagiando o dito famoso: “A vida (re)começa quando a gente quer”.