Bibliotecas e bancos- Sérgio da Silva Almeida

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Após a tragédia no Vale do Taquari, liguei para o casal de amigos Valdemir e Zaqueline Pertille, de Muçum, que tiveram sua casa invadida pela enchente e perguntei como poderia ajudá-los. Zaque, como é carinhosamente chamada, com um nó na garganta, respondeu: “Perdemos tudo, Sérgio, mas dói ver meus filhos não tendo mais brinquedos para brincar”. De pronto, na semana que se seguiu, durante as palestras que dei nos três estados sulistas arrecadei tantos brinquedos que não cabia nem uma mosca no porta-malas do carro. E nunca vou esquecer o brilho nos olhos e a alegria das crianças a cada brinquedo recebido.

Em seguimento a uma série de iniciativas com a meta de reconstruir os municípios atingidos pela enchente, na semana passada recebi divulgação da SOS Vale do Taquari sobre a campanha de doação de livros infantis e didáticos e de jogos educativos para a biblioteca da Escola General Souza Doca, de Muçum (na foto, a biblioteca totalmente destruída). E como não costumo ficar de fora de iniciativas solidárias, já separei o “Esquisito da Praça da Caixa d’Água”, o “Estudar pode ser uma festa” e mais alguns livros de outros autores para doá-los. E você também pode colaborar com qualquer valor através do PIX: lionscampanhas@gmail.com.

Não faço vista grossa quando me pedem para doar meus livros a bibliotecas, pois no meu tempo de estudante eu era um dos alunos que mais frequentava a biblioteca do colégio. Gostava de me perder entre as estantes e quanto mais longe eu ficava da porta de saída, mais eu sabia que estava exatamente onde queria estar. Hoje, quando vejo a camada de pó que cobre a lombada dos livros expostos em bibliotecas me bate uma tristeza, pois é por ela que se pode medir a cultura de um povo. E me lembro do questionamento de Mafalda, personagem criada pelo cartunista argentino Quino: “No sería maravilloso el mundo si las bibliotecas fuesen más importantes que los bancos?”.