Cada bugio no seu galho- Sérgio da Silva Almeida

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Dia 4 celebramos o Dia da Natureza e dos Animais. As datas são dedicadas a conscientizar as pessoas sobre o quanto a natureza é importante para o bem-estar humano e sobre a importância dos animais para o equilíbrio do planeta, ressaltando o respeito e o compromisso que nós devemos ter com o meio ambiente.                      No Laélia, residencial onde moro com a família em Caxias, as regras de convivência determinadas pela síndica Simone Molina garantem uma convivência harmoniosa entres os moradores e os pets. E volta e meia o grupo de WhatsApp do condomínio se alvoroça quando o prédio parece virar um verdadeiro “zoológico”.

Isso acontece quando alguém “dá de cara” com um urubu-de-cabeça-preta, também conhecido como corvo, que normalmente se observa planando no céu da cidade ou utilizando o alto dos prédios para descanso ou nidificação, pousando, na maior cara-de-pau, em uma das sacadas (na foto, os dois, de “traje a rigor”, antes de serem enxotados da janela do meu apartamento). “Urubu intruso tentando roubar tapete no 3º andar”, avisa a moradora Paloma da Silva. Como um cabeçudo defensor de que a educação infantil deve ser direcionada para a conscientização da importância da preservação e cuidados com a natureza e os animais, há tempos venho escrevendo um livro infantil educativo cujo título provisoriamente chama-se “O pampa da bicharada”. A ideia é que a obra, que relata em versos uma corrida de animais, apresente às crianças alguns animais típicos do pampa gaúcho. Quer uma palinha? Então aí vai:

“Lagarteia ao sol o lagarto. O sabiá come laranja madura. O quero-quero avança num voo rasante. O cavalo não entrega a rapadura”. Mais uma? “O mão-pelada alimenta-se com as mãos. A jaguatirica é mais rápida que o cabrito. O gato-do-mato tenta o pulo do gato. O graxaim, solitário, é visto como favorito”.

Penso ser uma maneira divertida da criançada conhecer a nossa bicharada. E quiçá, regionalizar expressões populares como “cada macaco no seu galho”, que sugere que reconheçamos o nosso lugar, usando “cada bugio no seu galho”.