Emoções eu vivi! Sérgio da Silva Almeida- Crônica
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Da 10ª Copa do Mundo de Amadores, realizada no Rio de Janeiro, ficaram lembranças memoráveis. Na estreia, vencemos de virada o APR, da Patagônia (Argentina), por 3 a 1, e o coração bateu mais forte ao cantar “Querência Amada” com as equipes perfiladas antes da partida, em homenagem às vítimas da enchente de maio.
Na segunda rodada da fase classificatória, enfrentamos o Chascomús, de Buenos Aires (Argentina), e, como se diz na gíria futebolística, “não vimos a cor da bola”, acabando derrotados por 3 a 1.
Então veio o jogo do “tudo ou nada” contra o Universitario (Uruguai), que tinha a vantagem do empate. Sabe aquela sensação de “frio na barriga” ou “borboletas no estômago”, causada pelo corpo entrar no modo “lutar ou fugir”? Eu senti! Dizem que o dia em que não se sente mais “frio na barriga” é porque se deixou de fazer o que se ama. E, assim como os meus companheiros de time, eu não queria ir embora mais cedo da competição.
Entramos em campo com a “faca nos dentes”, mas apreensivos. Um simples empate nos mandaria para casa. Para piorar, os uruguaios nos provocavam, matando o tempo o tempo inteiro. Foi então que, no início da etapa final, soltamos finalmente o grito de gol que estava preso na garganta. O time de Punta del Este se lançou ao ataque em busca do prejuízo, mas, em contra-ataques, marcamos mais dois gols. Quando o árbitro apitou o fim da partida, que terminou 3 a 0, ficamos “mais felizes que lambari de sanga” com a classificação para a semifinal.
No confronto contra o Panamá, renasceu o sonho de disputar uma final de Mundial Interclubes. O sol estava escaldante, e o São Borja suou para segurar os panamenhos no primeiro tempo. Entretanto, desventuradamente, na etapa final, foi goleado por 3 a 0. Ainda assim, saímos do campo da Aeronáutica de cabeça erguida, por termos enfrentado de igual para igual uma das melhores equipes que já vi jogar.
Conquistar o 3º lugar (na foto, estou ao lado do técnico do São Borja, Mauro Costa, o Maurinho, segurando a taça) em uma Copa do Mundo, aos 58 anos, é uma experiência inesquecível. Como canta o rei Roberto Carlos: “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.”