Foi por nós- Sérgio da Silva Almeida- Crônica

Você já deve ter visto essa postagem nas redes sociais: “Não foi chocolate, foi sangue. Não foi ovo, foi cruz. Não foi doce, foi doloroso. Não foi coelho… foi Jesus. Foi por mim. Foi por você. Foi por nós”.
A cada ano, quando se aproxima o chamado “domingo de Páscoa”, muitos corações se voltam para coelhos e ovos de chocolate. Mas aqui em casa, desde sempre, escolhemos lembrar do verdadeiro significado desse tempo. Meus filhos, Sergi, de 30 anos, e José Henrique, de 18, nunca ganharam ovos ou coelhos – agora tem até lebre – de chocolate. Não por falta de carinho ou celebração, mas porque ensinamos a eles, desde pequenos, que o que celebramos como cristãos não tem a ver com símbolos comerciais, mas com a maior demonstração de amor da história: um homem que se entregou na cruz, morreu por amor… e ressuscitou para nos dar vida.
É importante compreender: a Páscoa é uma festa judaica. Um memorial sagrado instituído por Deus para lembrar a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito — a noite em que o anjo da morte passou sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro. Uma celebração profunda, carregada de simbolismo e significado para o povo hebreu.
Mas nós, como cristãos, celebramos algo ainda mais extraordinário: a Ressurreição de Cristo. Não é a festa da Páscoa em si que está no centro da fé cristã, mas o que aconteceu três dias depois da cruz. É o domingo em que o túmulo se abriu, a pedra foi removida, e a morte foi vencida para sempre. E é essa vitória sobre o pecado e a morte que celebramos com gratidão, reverência e alegria. Essa é a base inabalável da nossa esperança.
O domingo da ressurreição não é uma continuação da Páscoa judaica — é o começo de uma nova aliança, o nascimento de um novo tempo. Foi ali que o céu se abriu para a humanidade e o amor triunfou de forma definitiva e eterna.
Enquanto o mundo se distrai com doces, símbolos e tradições vazias, que nós, como cristãos, saibamos manter os olhos fixos no que realmente importa: a cruz, o sangue, a ressurreição e a promessa da vida eterna.
Porque não foi chocolate. Foi sangue. Não foi ovo. Foi cruz. Não foi doce. Foi dor. E não foi coelho. Foi Jesus.
Foi por mim. Foi por você. Foi por nós.