O Zequinha do Bar do Pito- Sérgio da Silva Almeida. Crônica
Há 32 anos, em 14 de março de 1993, o GE São José estreava no futebol profissional no Estádio Joaquim Vidal, em Cachoeira do Sul, com empate em 1 a 1 contra o Grêmio Bagé.
Uma das lembranças mais significativas da minha trajetória no futebol é justamente essa: ter sido o primeiro centroavante da era profissional do clube, fundado em 3 de julho de 1968 pela família Dutra, no Bar do Pito, no Bairro São José. Anos depois, Gilian Dutra, filho de Valdir (o Pito) e Iria, vestiria a camisa do time que seus pais ajudaram a fundar.
Naquele domingo, torcedores de várias regiões estavam ansiosos pelo retorno do futebol profissional à cidade. Se você esteve no estádio – ou colado no radinho – talvez se lembre da escalação: Adriano, Beto, Itamar, César, Mariton, Ivan, Nando, Ayrton Adriano, Serginho, Marino, Rogério, Júlio Cesar, Everaldo, Zico e Sérgio Almeida.
O técnico era Aroni Fagundes, com Deloir Rosa como preparador físico e Robson Petrucci como fisioterapeuta. Armada era o massagista, e Reni Teixeira, o “Banana”, e Gerson, o “Padre”, eram os roupeiros. Na presidência, Pipa Germanos; no setor financeiro, José Benemídio Almeida, e na direção de futebol, Renato Sartório, um nome que se tornou sinônimo de GE São José.
Ao reviver os bastidores daquela estreia, uma cena surge na minha mente como um replay vívido: a guerra de travesseiros na concentração, na véspera do jogo, um momento de descontração que aliviou a tensão e nos preparou para entrar em campo com leveza.
Mas se há um lance que ficou cravado na memória, foi o primeiro gol da história do Zequinha, anotado por Júlio Cesar. Na imagem, apareço dando um drible de corpo no goleiro, enquanto o zagueiro Baidek – campeão do mundo pelo Grêmio – assiste, sem reação. Ao fundo, Rogério já corre para o abraço.
Infelizmente, a luz do Zequinha se apagou em 2008. Mas, para muitos, sempre será lembrado como o time varzeano que nasceu no Bar do Pito e se tornou uma das maiores paixões da região em sua era profissional.
