Saúde promoveu caminhada no Dia da Luta Antimanicomial
No dia 18 de maio comemora-se o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, com objetivo de romper as representações do imaginário social, compostas por “pré-conceitos” derivados dos padrões científicos e culturais aliados e com os “prejuízos” que existe sobre a loucura e as denominações afins.
É preciso construir outras relações sociais com as pessoas com sofrimento psíquico, promovendo mudanças no âmbito social e comunitário, através da participação social e política dos atores envolvidos (trabalhadores, usuários, familiares, gestores e outros), incentivo às iniciativas de trabalho e geração de renda e cooperativismo, bem como a criação de projetos artístico-culturais que se voltam para a inclusão, para o reconhecimento do outro, a singularidade e a diversidade.
Pensando nisso, a equipe de Saúde Mental do Município de São Sepé promoveu nesta manhã, uma caminha de conscientização pela luta antimanicomial, onde os participantes carregavam faixas e cartazes com as frases “por uma sociedade sem manicômio”, “somos todos loucos um pelos outros”, “loucura é você não me aceitar”, “liberdade é o melhor cuidado” e outros.
Na oportunidade, o grupo se manifestou com repúdio ao discurso de ódio que tem sido veiculado nas redes sociais com informações descabidas referente ao ato realizado hoje.
“Entendemos e respeitamos que as redes sociais sejam espaços abertos e de livre opinião, entretanto, é necessário muita cautela e embasamento para que não haja a disseminação ou repercussão de informações falsas, equivocadas e negativas. A Luta antimanicomial trata-se de um movimento social que ocorre no Brasil desde a década de 80 após muita discussão em favor de tratamentos em saúde mental humanos e adequados e não pautados na lógica manicomial com violência e desrespeito aos direitos humanos”.
Ainda na nota, o grupo destaca que é fundamental manter viva a Luta Antimanicomial no Brasil, em defesa da vida, da dignidade e da cidadania das pessoas com transtornos mentais.
É preciso continuar construindo uma rede de atenção psicossocial que valorize a autonomia e a participação dos usuários, que respeite sua diversidade e singularidade, que ofereça cuidado em liberdade em seu território de vida. Somente assim, será possível superar o legado do manicômio e construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.
“Salientamos que, embora a Luta Antimanicomial seja um movimento político construído socialmente, não se trata de uma ideologia de cunho político-partidário, como foi proferido. Além disso, a ação a ser realizada no dia 18/05 não objetiva fazer juízo de valor as instancias do poder judiciário como a Resolução nº 487 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determina o fechamento dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico existentes no Brasil.
Pontuamos que o discurso manifestado de maneira distorcida nas redes sociais vai contra toda uma trajetória de luta pela afirmação dos direitos humanos”.